Se você gosta da filosofia espírita, está no lugar certo.
"Entre o bem e o mal não existe neutralidade.
De igual modo, não há miscibilidade ou transição entre a verdade e a mentira.
Escondemo-nos na sombra ou revelamo-nos na luz.
Quem não edifica o bem, só por essa omissão já está
forjando o mal, em forma de negligência."

Emmanuel - do livro O Espírito da Verdade

QUERIDO (A) VISITANTE, FIQUE A VONTADE PARA FAZER QUALQUER COMENTÁRIO.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

NATAL SEGUNDO O ESPIRITISMO

Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.

Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade—e não a gratidão - dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.

Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?

E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.

25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.

Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS !

Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!


(REFLEXÕES DE NATAL - Demétrio Pavél Bastos)

domingo, 6 de dezembro de 2009

ROGATIVA DE NATAL

Senhor Jesus! Quando chegaste a Terra, através dos panos da manjedoura, aguardava-te a Escritura como sendo a luz para os que jazem assentados nas trevas!... E, em verdade, Senhor, as sombras dominavam o mundo inteiro... Sombras no trabalho, em forma de escravidão... Sombras na justiça, em forma de crueldade... Sombras no templo, em forma de fanatismo... Sombras na governança, em forma de tirania... Sombras na mente do povo, em forma de ignorância e de miséria... Pouco a pouco, no entanto, ao clarão de tua infinita bondade, quebraram-se as algemas da escravidão, transformou-se a crueldade em apreciáveis direitos humanos, transmudou-se o fanatismo em fé raciocinada, converteu-se a tirania em administração e, gradualmente, a ignorância e a miséria vão recebendo o socorro da escola e da solidariedade. Entretanto, Senhor, ainda sobram trevas no amor, em forma de egoísmo! Egoísmo no lar... Egoísmo no afecto... Egoísmo na caridade... Egoísmo na prestação de serviço... Egoísmo na devoção... Mestre, dissipa o nevoeiro que nos obscurece ainda os horizontes e ensina-nos a amar como nos amaste, sem buscar vaidosamente naqueles que amamos o reflexo de nós mesmos, porque, somente em nos sentindo verdadeiros irmãos uns dos outros, é que atingiremos, com a pura fraternidade, a nossa ressurreição para sempre.

LIVRO: Vozes do Grande Além
Autor Espititual: Emmanuel
Psicografada por: Médium: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O SENTIDO DA VIDA

Você já reparou como é difícil, algumas vezes, ter respostas para algumas dúvidas do dia a dia? Ter respostas para essas perguntas que nos surgem quando estamos na fila do supermercado, ou escovando os dentes ou parados no sinaleiro, dentro da condução?


Você já não teve dessas perguntas que, um dia, sem pedir licença, entram em nossa mente e ficam rodando, rodando, até que desistimos delas, ou as guardamos no fundo, bem no fundo do baú de nossa mente?


Quem de nós já não se perguntou por que nascemos em situações tão diferentes? E quanto às nossas capacidades, será que Deus nos criou assim tão diferentes uns dos outros?


E por que Ele permite haver uns na Terra com tanto e outros com tão pouco? Ou ainda, por que pessoas boas sofrem, passam por provas, por dificuldades, dores?


Se Deus é soberanamente bom e justo, se Deus é, na profunda síntese do Evangelista, amor, qual a razão disso tudo? Qual o sentido de todas essas coisas, aparentemente tão incoerentes?


Na verdade, quando essas perguntas nos surgem, é nossa intimidade buscando respostas para o sentido da vida. São perguntas que a Filosofia vem se fazendo desde há muito, e que refletem o anseio que cada um de nós traz na intimidade: Afinal, qual o sentido da vida? Por que estamos aqui?


Deus, ao nos matricular na escola da vida, deseja de nós que o aprendizado aconteça. Como todo pai ao matricular seu filho na escola, Ele espera que aprendamos a lição.


Nos bancos escolares, nos matriculamos para aprender a escrever, a manipular os números, a entender um pouco as leis da Física, da Química e de tantas outras ciências. E na escola da vida, o que temos que aprender?


Jesus, no Seu profundo entendimento das Leis de Deus, foi firme ao nos ensinar que o maior mandamento da Lei do Pai é o do amor.


Assim, podemos entender que, quando matriculados na escola da vida, na escola que Deus nos oferece, Ele espera de nós essa única lição: aprender a amar.


Dessa forma, todas as oportunidades que a vida nos oferece, são oportunidades para aprendermos a amar. Seja na situação financeira difícil, ou no físico comprometido, estão aí, para nós, as melhores lições para amar.


A doença que nos surge, de maneira inesperada, é o convite à resignação e fé. O chefe difícil, intempestuoso, nos convida à compreensão.


O filho exigente é a oportunidade da paciência e do desvelo. O marido tirano, a esposa intransigente são os portadores do convite à humildade e compreensão.


A cada esquina, o que a vida nos oferece, seja da forma como ela nos oferece, sempre traz consigo oportunidade bendita do aprender a amar. Você já reparou nisso?


E o aprender a amar se faz no exercício diário desse sentimento, desdobrado nos inúmeros matizes que ele guarda em si, nas mais variadas virtudes que ele permite ser vivido.


Seja onde a vida nos colocar: no corpo doente, no lar carente, na família difícil, ali estará nossa melhor lição para amar.


Tenha sempre em mente que o maior sentido da vida é conseguir perceber e entender que ela guarda, em cada oportunidade, em cada desafio que nos oferece, bendita lição para aprender a conjugar o verbo amar.


Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ONDE ESTÁ A NOSSA FÉ ?

Podemos, de uma forma bem simples, entender a fé como a certeza de que Deus nos ama e que tudo que a vida nos apresenta é para nosso bem. Quantos discursos já não ouvimos em nome do poder de um pensamento positivo? Quantos artigos e livros já não lemos discorrendo sobre o poder da mente? Quantas e quantas vezes não ficamos demoradamente a refletir sobre essa força maravilhosa da fé? E, assim mesmo, quantas vezes nos falta esse sentimento quando nos deparamos com as dificuldades!

Não falo em nome de todos, isso é óbvio, mas acredito que para um grande número de pessoas isso acontece; a falta de fé.

A fé e o espiritismo

Aprendemos na doutrina espírita que nascemos, ou melhor, renascemos neste planeta para continuarmos nossa evolução espiritual. Isso quer dizer que aqui estamos para aprendermos novas lições, reaprendermos as não assimiladas, para conhecermos e superarmos nossas fraquezas, consolidarmos nossas virtudes, nos reabilitarmos perante aqueles que prejudicamos (nesta ou em outra encarnação) e perdoarmos quem nos agride, entre tantos outros propósitos que poderíamos enumerar. Observando a vida dessa forma, fica mais fácil compreendermos que, com tantas atividades inerentes ao nosso aprendizado, é natural que, de vez em quando, tenhamos alguns contratempos, alguns dissabores, desilusões e outros tipos de “dores”, como também teremos momentos de grande alegria e prazer. O tempo e a intensidade do nosso sofrimento ou prazer estará sempre relacionado com nossa forma de “sentir a vida”.

Já percebeu como reagimos de forma diferente aos acontecimentos ou situações da vida? Tomemos como exemplo um dia frio e chuvoso de inverno. Talvez um de nós diga que o dia está cinzento e feio e que fica muito triste num dia assim, enquanto outro possa sentir-se confortável e propenso a reflexões e ajustes no seu trabalho ou vida particular, e sinta até uma grande paz. Se perguntássemos a mais pessoas, outras opiniões divergiriam das nossas com toda a certeza.

Os “problemas” da vida se processam da mesma forma, pois dificuldades todos nós temos, momentos de incertezas, de dor, de inquietações são comuns a todos nós, só que a maneira de reagirmos a eles é que diferem. É a força da nossa fé que vai fazer com que o sofrimento dure um maior ou menor tempo, e ainda, se ele existirá ou não.

Deus em nós

Podemos, de uma forma bem simples, entender a fé como a certeza de que Deus nos ama e que tudo que a vida nos apresenta é para nosso bem, tudo mesmo. Compreendendo a vida atual como uma sala de aula e nós como alunos aplicados, fica fácil entender que quanto mais nos aplicarmos aos estudos, mais fácil ficará o aprendizado e mais tranqüila as provas de conhecimento. Falar, bem sei que é fácil, mas, ter a confiança de que somos orientados e conduzidos por mãos hábeis e bondosas não é impossível, pois precisamos analisar se acreditamos ou não em Deus.

Cada um de nós deve ter uma concepção diferente de Deus, mas seja ela como for, é de grande importância que nos habituemos a sentir a presença Divina em todos os momentos; tanto nos de alegria como nos de tristeza, nos de paz ou de guerra; quando estivermos agindo bem e quando não estivermos também. Se vivermos de acordo com a base religiosa que todos nós temos, se colocarmos realmente em prática o “seja feita a Tua vontade”, viveremos então com fé e sentiremos a Presença Divina em nós.

A observação das leis da vida é muito importante, mas é na prática delas que conheceremos seus resultados, e já que todos nós entendemos o valor da fé, façamos nosso dever de casa vivendo com entusiasmo e com a certeza de que a paz, o amor e a alegria são nossa meta final.

Escrito por Humberto Pazian
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 21.

sábado, 7 de novembro de 2009

PORQUE SOFREMOS

"Felizes os que choram, porque serão consolados" (Mateus 5:4)

A vida na Terra é uma luta constante. Desde que nascemos, ou renascemos, até a desencarnação, estamos sempre diante de dificuldades, desafios, obstáculos a vencer. Por que é assim? A causa da dor tem sido motivo de estudos, pesquisas dos pensadores em todas as épocas. A Doutrina Espírita nos ensina que o sofrimento é o preço da evolução espiritual, do desenvolvimento de nossas potencialidades. Toda a vida da natureza em evolução está baseada numa espécie de sofrimento sadio. O embrião ao romper a casca, na germinação, atravessar a terra em busca da luz do sol, lembra trabalho, luta, uma espécie de sofrimento. Se um ferimento não causasse dor, por certo seria difícil manter a integridade do corpo físico. Não receberíamos os avisos indispensáveis para cuidarmos da parte lesada. A dor física acusa algum distúrbio, algo funcionando mal na máquina orgânica. A dor moral (medo, angústia, ansiedade, insegurança, etc.) indica desequilíbrios no Espírito, na individualidade. Ambas as dores servem para informar que algo não está bem e que precisa ser corrigido.

Jesus promete felicidades aos que sofrem. Serão consolados, compensados. O resultado prometido pelo Mestre ocorrerá num futuro próximo, ou mais distante. Nesta vida, ou no plano espiritual, ou em vidas futuras. Com a experiência, o aprendizado, a depuração daí decorrente nos fará melhores entendedores da Lei Divina. Ensinar-nos- á a viver de acordo com a Lei, consequentemente, em harmonia, paz e segurança.

A causa da dor - A Doutrina Espírita nos esclarece que o sofrimento pode ser expiação, provação ou missão
.
Expiação quando transgredimos às leis divinas e temos que reparar os danos. Agimos em desacordo com a Lei: ferimos, humilhamos, maltratamos, fazemos outros sofrerem. Teremos que reparar os males cometidos. É a Lei. A cada um segundo suas obras. Plantamos o mal, usando da nossa liberdade. Teremos, compulsoriamente, que colher os resultados correspondentes. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido", disse o Mestre. Mas nem todo sofrimento é expiação.
No item 9, cap. V, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento porque se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento". São claras as palavras do Codificador. Não estão corretos aqueles que generalizam e afirmam que todo sofrimento é resultado de erros praticados no passado. O desenvolvimento das potencialidades, a subida evolutiva, requer trabalho, esforço, superar desafios. É a provação. As tarefas a que o Espírito se submete, a seu próprio pedido, com vistas ao seu progresso, à conquista de um futuro melhor.
E há, ainda, o sofrimento-missão. Espíritos mais evoluídos que aceitam tarefas em planos inferiores, para ajudar os irmãos menos evoluídos. Como o professor que vai à sala de aula para orientar, para ajudar os educandos no seu aprendizado. O professor, ensinado, também aprende. O missionário ensinado, exemplificando o bem, sofre as incompreensões daqueles a quem está ajudando, mas também cresce em conhecimentos e em experiências.


Como sofrer? Não basta sofrer, é preciso saber sofrer. Se não tirarmos da luta, dos obstáculos superados, as lições que eles nos trazem, poderemos ficar repetindo a lição, como o aluno pouco inteligente, que perde tempo no aprendizado. A dor pode levar à revolta. A criatura se rebela, considera-se injustiçada, fica contra tudo e contra todos. Isto vai aumentar o seu sofrimento e até mesmo criar dores desnecessárias. Como a criança que faz birra ao tomar banho. Chora, bate com as mãos, com os pés, e acaba levando água com sabão aos olhos. A dor daí decorrente seria evitada sem a birra. O revoltado vai demorar mais para aprender. Os benefícios da dor chegarão mais tarde, quando dobrar o seu orgulho e se ajustar à Lei Divina.

Às vezes, a dor faz outro tipo de sofredor. São os conformistas. Pessoas que perdem o entusiasmo pela vida. Consideram-se vencidas, derrotadas. Daí por diante vão sendo levadas pelos acontecimentos, considerando-se incapazes de assumir a direção do que ocorre em suas vidas. Como se as dificuldades fossem maiores do que eles. Estes também retardarão as compensações prometidas por Jesus. Pela falta de confiança em Deus e em si mesmas, esquecidas de que "Deus não coloca fardos pesados em ombros fracos". Só um pouco mais tarde colherão os benefícios das lições consideradas, incorretamente, como difíceis demais.

E, finalmente, há aqueles que sabem sofrer. Não se revoltam nem se deixam abater pelos obstáculos. Mobilizam suas forças, vão à luta e conseguem superar as dificuldades. Como disse o poeta: "levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima". Aproveitam as lições que a dificuldade oferece, tornando-se mais experientes, valorizados, regenerados.
A mensagem do Espiritismo aos que sofrem é a mesma de Jesus, no Evangelho. O Mestre nos convida: "Vinde a mim, todos vós que vos encontrais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei".

Ir a Jesus é procurar conhecer e seguir seus ensinamentos. Esforçar-se para viver conforme Ele ensinou. É o estudo e o trabalho no bem. Estudo é a informação, a seta que indica o caminho. Mas só saber a direção a tomar, e não caminhar não adianta. É preciso experimentar, fazer como Ele nos ensinou. Se procurarmos agir assim, iremos encontrando o equilíbrio, a paz e o alívio para as nossas dores. Se ainda não estamos recebendo tais benefícios é porque ainda não nos empenhamos em praticar o que o Mestre nos ensinou, no Evangelho. Estamos, ainda, só na teoria, só na informação. Somos cristãos de rótulo, simples teóricos. Quando a vida nos oferece as situações para experimentarmos os princípios cristãos (tolerância, indulgência, perdão, auxílio desinteressado ao próximo) fracassamos porque aqueles princípios são em nós, apenas teoria. Não foram introjetados, conscientizados, apreendidos verdadeiramente.
À medida em que atendermos o amável convite de Jesus, e irmos à Ele, vivendo seus ensinamentos, estaremos encontrando o alívio desejado para as nossas dores.

José Argemiro da Silveira
Escritor e orador espírita, escreve para o jornal "Verdade e Luz" de Ribeirão Preto(SP)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

NUNCA ESTAMOS REALMENTE SÓS

Quem na vida nunca enfrentou dificuldades? Talvez alguém muito jovem, que ainda muito pouco viveu e que goze de uma boa estrutura familiar e escolar, possa dizer que nunca enfrentou uma situação difícil.
Com o passar do tempo, porém, à medida que a vida avança, são cada vez mais comuns as situações adversas.
Inúmeras são as dificuldades: a perda de um ente querido, a separação da família, a perda de um emprego que garante o sustento, os insucessos econômicos, as dificuldades no estudo.
Para cada um de nós situações diferentes representam diferentes graus de adversidade, mas todos lembramos facilmente delas.
Frequentemente despreparados para enfrentar tais situações, deixamo-nos levar por sentimentos de tristeza, de desespero e de impotência perante o fato.
Comumente, expomos nossa situação a familiares, amigos e, não raramente, pessoas não muito próximas, que se disponham a nos escutar.
Falando constantemente sobre o fato que nos preocupa permanecemos imersos nos sentimentos negativos, mantemos nossa mente agitada, entristecida e, até mesmo, revoltada.
Não faltam, nessas situações, opiniões diversas, de pessoas bem intencionadas, porém que nos deixam confusos, frequentemente sem encontrar uma solução.
Poucas são as pessoas que se recolhem e buscam em si mesmas a real causa de tal insucesso, tentando, a partir dessa reflexão, modificar seu comportamento, ou encontrar uma solução eficaz.
Muitos dizem se sentir sozinhos frente às dificuldades e, por este motivo, esperam opiniões e conselhos de todos aqueles que se dispuserem a dá-los.
Falsa ideia a da solidão. Aqueles que dela se queixam se esquecem de que temos, ao nosso lado, sempre pronto a nos ajudar, alguém que só quer o nosso bem.
Muitos de nós costumávamos pedir proteção a esse alguém, quando crianças, dirigindo-lhe uma prece, antes de dormir. Ao crescermos, esquecemos de tal atitude.
Nosso Espírito protetor ou anjo da guarda está sempre presente, desde nosso nascimento até quando, ao final da vida física, voltamos à pátria espiritual, podendo ainda nos acompanhar em futuras existências.
Silenciosamente, espera uma oportunidade de ser ouvido. Ele nos fala à mente e o podemos ouvir na forma de intuição ou de boas ideias.
Para que essas intuições ou ideias cheguem ao nosso consciente é necessário que tenhamos a mente pronta para as receber. Obviamente, em meio à agitação e aos sentimentos negativos não teremos paz de espírito para tal.
Tornamo-nos receptivos por meio do recolhimento, do silêncio, da oração, da meditação, ou dos sonhos durante um sono calmo.
São muitos os relatos dos que, depois de orar com real recolhimento e, portanto, sintonizando com o mundo espiritual que nos guia, encontraram uma solução, ou, pelo menos, consolo e paz diante de uma dificuldade.
* * *
Lembremo-nos sempre desse auxílio que Deus deixa à nossa disposição, e que não nos falta nunca.
Tenhamos a certeza de que, se um dia nos sentimos sem recurso, isto não é verdade, pois nunca estamos realmente sós!

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

PALAVRAS E AÇÕES

O filósofo americano Ralph Waldo Emerson tem uma frase interessante quando trata a respeito das relações humanas. Diz o seguinte: Quem você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo.
Quantas vezes já pensamos a respeito disso? Quantas vezes já avaliamos o quanto nossas ações pesam no nosso cotidiano?
Muitas vezes, gostaríamos de ter um mundo mais justo, respeitoso. Discursamos de maneira eloquente, usando raciocínio lógico e perspicaz.
Doutras vezes exigimos do político, do chefe, do parente ações mais justas, posicionamento mais claro, atitude mais honesta.
Indignamo-nos perante as injustiças sociais, escrevemos para os jornais, mandamos correios eletrônicos a uma infinidade de contatos, a fim de expressar nossa opinião.
Tudo isso é muito justo e o correto exercício de cidadania cabe a cada um de nós de maneira impostergável.
Porém, já refletimos o quanto nossas palavras são efetivamente coerentes com nossas ações? Quanto de nosso discurso faz eco com nossos atos?
Ninguém tem o direito de exigir do outro aquilo que ainda não se esforça por oferecer.
Se você recebe um troco a mais no caixa da padaria, e não se incomoda em devolver o que não lhe pertence, é furto.
Se você não se incomoda em subornar o policial quando está sujeito a uma multa, está fomentando a corrupção.
E se você falsifica documentações e recibos, a fim de forjar sua declaração de renda, está incorrendo em crime contra o Estado.
Muito embora desejemos uma sociedade melhor, faz-se necessário uma análise do nosso proceder, a fim de que entendamos se nossas ações são coerentes com nosso discurso.
Quem furta pouco, no troco do supermercado, furtaria muito, se tivesse oportunidade. Assim, se você deseja políticos mais honestos, que a honestidade comece por você.
Quem suborna em uma aparentemente inocente multa, compraria consciências a qualquer preço, se assim tivesse condições.
Desta forma, se você anseia por relações sociais justas e direitos iguais para todos, comece por não exigir privilégios que não têm cabimento.
Quem não cumpre suas obrigações sociais, a partir da sua própria declaração de renda, não titubearia em forjar licitações, negociações ou desviar dinheiro público.
* * *
Se você sonha com governantes e homens de negócios que passem ao largo de conchavos e formação de quadrilhas de paletó, comece por você.
Só teremos direito de exigir uma sociedade mais justa, a partir do momento em que nosso discurso se concretize em valores e ações.
Até lá, correremos o risco de estarmos como o filósofo previu: nossas ações falarão tão alto, que ninguém conseguirá escutar o que estamos dizendo.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.09.2009.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

EVANGELHO NO LAR


COMO FAZER:

Marque um dia e um horário apropriado para fazer o Evangelho no Lar junto com seus familiares.

Realize o Evangelho sempre um dia por semana, no mesmo horário e comece desde já.

Não o prolongue muito, entre 15 a 20 minutos, é tempo suficiente.
Inicie com uma simples e espontânea prece, buscando paz interior, sintonizando-nos com o Plano Maior.

Abrindo o Evangelho Segundo o Espiritismo ao acaso, faça a leitura de um pequeno trecho do Evangelho, com voz normal, claramente, para que todos possam entender e comentar.

Logo após, inicie um breve comentário a respeito da leitura, solicitando que cada um exponha o que entendeu da leitura, com simplicidade, sem fugir do assunto e sem nenhuma obrigatoriedade.

O ponto culminante da reunião, é o momento de Irradiações e Vibração, onde passamos para a condição de doadores. Vibrando através do bom pensamento, uma palavra de carinho, um sentimento de bem que enviamos à outros, é caridade.

A importância dessa doação, está na vontade firme e sincera de querer ajudar, no amor aos semelhantes e no poder de fé e na confiança da ajuda do Alto.

Enquanto uma prece é pronunciada por um dos participantes, expressando a vontade e pedindo auxílio aos necessitados, os outros, em pensamento, vão envolvendo mentalmente, neste clima radiante, as pessoas que são mencionadas.

Ao final do Evangelho, faça uma prece simples e expontânea, agradecendo ao Plano Superior e aos Amigos Espirituais que deram sustentação ao Evangelho no Lar, num clima de paz, amor e harmonia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"BLOG DE CARA NOVA"



Querido (a) visitante, o blog está com uma nova apresentação, porém o conteúdo permanece o mesmo. As postagens anteriores não sofreram nenhuma alteração.
Espero que gostem.
Abraços


PALAVRAS DE EMMANUEL

"Eu creio que se nós, como povo, fôssemos educados para a tolerância recíproca, para o respeito à autoridade, para o trabalho persistente, sem conflitos entre empresários e trabalhadores, se nós todos nos uníssemos para compreender as necessidades desses valores espirituais na vida de cada um ou de cada grupo social, nós teríamos um país extremamente venturoso."


Emmanuel, psicografia de Chico Xavier

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

LIBERTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Não aguardemos que o aplauso do mundo coroe as nossas expectativas.

Não esperemos que as alegrias nos adornem de louros ou que uma coroa de luz desça sobre a nossa cabeça, vestindo-nos de festa.

Quem elegeu Jesus, não pode ignorar a cruz da renúncia.

Quem O busca, não pode desdenhar a estrada áspera do Gólgota.

Quem com Ele se afina, não pode esquecer que, Sol de primeira grandeza como é, desceu à sombra da noite, para ser o porto de segurança luminosa, no qual atracaremos a barca de nosso destino.

Jesus é o nosso máximo ideal humano, Modelo e Guia seguro.

Aquele que travou contato com a Sua palavra nunca mais O esquece.

Quem com Ele se identifica, perdeu o direito à opção, porque a sua, passa a tornar-se a opção dEle, sem o que, a vida não tem sentido.

*

Não é esta a primeira vez que nos identificamos com o Seu verbo libertador. Abandoná-lo é infidelidade, que O troca pelos ouropéis e utopias do mundo, de breve duração.

Não é esta a nossa experiência única no santuário da fé, que abraçamos desde a treva medieval, erguendo monumentos ao prazer, distantes da convivência com a dor.

Voltamos à mesma grei, para podermos, com o Pensamento Divino vibrando em nós, lograr uma perfeita identificação.

Lucigênitos, procedemos do Divino Foco, para o qual marchamos.

Seja, pois, a nossa caminhada assinalada pelas pegadas de claridade na Terra, a fim de que, aquele que venha após os nossos passos, encontre as setas apontando o caminho.

Jesus não nos prometeu os júbilos vazios dos tóxicos da ilusão. Não nos brindou com promessas vãs, que nos destacassem no cenário transitório da Terra. Antes, asseverou, que verteríamos o pranto que precede à plenitude, e teríamos a tristeza e a solidão que antecedem à glória solar.

Não seja, pois, de surpreender que, muitas vezes, a dificuldade e o opróbrio, o problema e a solidão caracterizem a nossa marcha. Não seja de surpreender, portanto, que nos vejamos em solidão com Ele, já que as Suas, serão as mãos que nos enxugarão o pranto, enquanto nos dirá, suavemen te: Aqui estou!

Perseveremos juntos, cantando o hino da alegria plena na ação que liberta consciências, na atividade que nos irmana e no amor que nos felicita.


Divaldo Pereira Franco Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA:LEAL. 1994.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ASPECTO FILOSÓFICO DA DOUTRINA ESPÍRITA


"Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso[...]"


Allan Kardec em O Livro dos Espíritos - Conclusão.


Quando o Homem pergunta, interroga, cogita, pensa, quer saber o "como" e o "porquê" das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são as coisas e porque são o que são.
O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo enquanto encarnado, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Este estudo leva ao conhecimento de como os Homens que vivem aqui na Terra se relacionam com aqueles que, temporariamente, já se despediram dela. Ou seja, o Espiritismo estabelece as bases desse relacionamento e demonstra de forma inquestionável a existência de algo que tudo cria, tudo comanda e é inteligente: DEUS.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

É PROIBIDO CHORAR?


Quando uma dor muito grande chega aos corações dos que se afirmam cristãos e, em especial, dos espíritas, ela se extravasa pelos olhos, em gotas de pranto.
Nessa hora, é muito comum os adeptos da mesma filosofia, amigos, parentes se mostrarem admirados ante as lágrimas vertidas e formularem questões como:
Por que você está chorando? Você não é espírita? Onde está a sua fé?
E os que choram, já com a alma despedaçada, pelo evento triste pelo qual passam, ainda devem administrar essas atitudes que ferem a sensibilidade como lâmina afiada.
Então, esses companheiros sofridos, que aguardavam um ombro amigo para chorar, um aperto de mão, um abraço, passam a sofrer em silêncio.
Choram por dentro. Porque por fora lhes foi vetado, por censuras tolas e inconsequentes.
* * *
Quem disse que não se pode chorar ante um ser amado que parte para a pátria verdadeira?
Quem disse que não se pode verter lágrimas quando a carência bate à porta, nos braços do desemprego; quando o filho se envolve com drogas; quando a ingratidão chega, com seu punhal cruel?
Para os que elegemos como Modelo e Guia o Mestre Jesus e nos preocupamos em conhecer a Sua biografia, encontramos nos Evangelhos informações preciosas a respeito da dor e da lágrima.
Ao chegar a Betânia e ter a notícia da morte de Lázaro, ante as interrogações que lhe dirige Maria, a irmã de Lázaro, Jesus Se senta sobre uma pedra e chora.
Por que teria chorado? Com certeza não pelo amigo que sabia não estar morto, somente em estado letárgico. Contudo, deixou que as lágrimas corressem livres.
Talvez tenha chorado pela incompreensão das pessoas a respeito de quem Ele era, dos objetivos da vida e da certeza da vida imortal.
Quando Madalena adentra a sala do banquete, em casa de um certo Simão, e derrama as lágrimas da sua dor, do seu remorso, misturadas às da alegria por ter encontrado o amor que buscava há tanto tempo, Jesus não a repreende.
Antes, ensina ao anfitrião: Simão, entrei em tua casa e não me deste água para os pés. Ela, porém, os banhou com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos.
No trajeto doloroso ao Gólgota, ao Se deparar com as mulheres de Jerusalém, que choram a morte do justo, do ser que lhes abençoou os filhos tantas vezes, Jesus Se detém.
Não as recrimina por estarem a chorar. Antes lhes diz que não devem chorar por Ele, que Se encaminha para a glorificação na cruz, mas por elas mesmas e por seus filhos.
Vê-se, portanto, que o Modelo e Guia da Humanidade jamais falou contra as lágrimas da dor ou do arrependimento.
Assim, justo é que se chore quando a alma se veste de luto, quando se envolve no manto da dor.
O fato de ser cristão ou de ser espírita-cristão não nos transforma em criaturas insensíveis. Ao contrário, aprende-se a sentir a dor alheia inclusive.
O que não é coerente é o desespero, a lástima, a queixa.
Mas, lágrimas? Por que não, se elas traduzem o estado d´alma em lamento?
Por que não, se o próprio Cristo chorou! Ele, o ser perfeito.
Pensemos nisso e sejamos mais autênticos e sensatos, com ponderações bem ajustadas sobre a dor alheia, que nos merece, ao demais, todo respeito.
Afinal, foi Jesus que nos lecionou: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

QUATRO QUESTÕES DE FILOSOFIA


DETERMINISMO E LIVRE-ARBÍTRIO

Pergunta – O futuro, de um modo geral, estará rigorosamente determinado, como parece demonstrado pelos fenómenos ditos premonitórios, ou esses fenómenos envolvem um determinismo conciliável com os dados imediatos da consciência sobre os quais são geralmente estabelecidas as noções de liberdade e responsabilidade individuais? E em que termos, nestes últimos casos, se exerce esse determinismo, do ponto de vista teleológico?

Resposta – Os seres da minha esfera não conhecem o futuro, nem podem interferir nas coisas que lhe pertencem. Acreditamos, todavia, que o porvir, sem estar rigorosamente determinado, está previsto nas suas linhas gerais.Imaginai um homem que fosse efetuar uma viagem. Todo o seu trajecto está previsto: dia de partida, caminhos, etapas, dia de chegada. Todas as atividades, contudo, no transcurso da viagem, estão afectas ao viajante, que se pode desviar ou não do roteiro traçado, segundo os ditames da sua vontade. Daí se infere que o livre-arbítrio é lei irrevogável na esfera individual, perfeitamente separável das questões do destino, anteriormente preparado. Os atas premonitórios são sempre dirigidos por entidades superiores, que procuram demonstrar a verdade de que a criatura não se reduz a um complexo de oxigénio, fosfato, etc., e que, além das percepções limitadas do homem físico, estão as faculdades superiores do homem transcendente.


O TEMPO E O ESPAÇO

Pergunta – O espaço e o tempo serão apenas formas viciosas do intelecto, ou terão uma expressão objectiva no esquema da realidade pura? E, neste último caso, quais serão as relações fundamentais entre espaço e tempo?

Resposta – No esquema das realidades eternas e absolutas, tempo e espaço não têm expressões objectivas; se são propriamente formas viciosas do vosso intelecto, elas são precisas ao homem como expressões de controle dos fenómenos da sua existência. As figuras, em cada plano de aperfeiçoamento da vida, são correspondentes à organização através da qual o Espírito se manifesta.


ESPÍRITO E MATÉRIA

Pergunta – Será licito considerar-se espírito e. matéria como dois estados alotrópicos de um só elemento primordial, de maneira a obter-se a conciliação das duas escolas perpétuamente em luta, dualista e monista, chegando-se a uma concepção unitária do Universo?

Resposta – É licito considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância. O ponto de integração dos dois elementos estreitamente unidos em todos os planos do nosso relativo conhecimento, ainda não o encontramos.A ciência terrena, no estudo das vibrações, chegará a conceber a unidade de todas as forças físicas e psíquicas do Universo. O homem, porém, terá sempre um limite nas suas investigações sobre a matéria e o movimento. Esse limite é determinado por leis sábias e justas, mas, cientificamente poderemos classificar esse estado inibitório como oriundo da estrutura do seu olho e da insuficiência das suas faculdades sensoriais.


O PRINCÍPIO DE UNIDADE

Pergunta – Todos nós temos consciência dos princípios de unidade e variação, ou de universalidade e individualidade, que funcionam juntos em nosso mundo. Onde se encontra o ponto de interacção, ou lugar de reunião desses dois termos opostos?

Resposta – Se temos aí consciência dos princípios de unidade e variação, ainda aqui os observamos, sem haver descoberto o seu ponto íntimo de união.Todavia, o princípio soberano de unidade absorve todas as variações, crendo nós que, sem perdermos a consciência individual no transcurso dos milénios, chegaremos a reunir-nos no grande princípio da unidade, que é a perfeição.


Retirado do livro "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas Sobre Importantes Questões Que Preocupam a Humanidade" - Chico Xavier/Emmanuel.

domingo, 4 de outubro de 2009

O PODER DA MENTE


Temos um poder imensurável, que é o nosso poder mental. Aprender a usar a força do pensamento pode ser um fator decisivo com relação à auto-cura espiritual.
Através do pensamento, o ser humano torna-se co-criador do Universo, como afirmou o espírito André Luiz em uma de suas obras. É responsável pelo seu próprio destino e senhor das forças psíquicas capazes de promover a saúde, o bem-estar e a alegria de viver, tanto para si mesmo quanto para os seus semelhantes.
Na prece, a pessoa deve ser movida pela força de quem verdadeiramente ama a Deus, e pedir coisas justas, de acordo com as suas Leis. Esse ensinamento encontra-se na primeira epistola de S. João: “Se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (I Jo 5,14), significando que nossas ânsias serão atendidas se estiverem de acordo com a Lei Divina ou natural – o Amor.
A faculdade de realizar curas espirituais é inerente à alma ou espírito, como disse o apóstolo Paulo: que são dados “pelo mesmo Espírito, os dons de curar” (I Cor 12,9). Praticamente, todas as pessoas possuem essa faculdade e podem participar das realizações que se destinam à cura psicobioenergética das doenças, conforme atesta o espírito de Joanna de Ângelis.
O amor é o subsídio maior para a realização de todas as modalidades de curas espirituais, tanto quando são centradas em ações para benefício da própria pessoa, como quando são direcionadas para a ajuda aos semelhantes. Amor, Imbatível Amor, do espírito Joanna de Ângelis, é um livro recomendado para entendermos esta temática.
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz que “a fé não se prescreve, nem se impõe”. Fala da fé cega e da fé raciocinada. A fé cega é a que aceita as coisas sem uma análise mais profunda, e afirma que somente a fé que se baseia em fatos tem o mérito da veracidade – a fé raciocinada.
A fé é uma virtude maravilhosa que ajuda sempre o ser humano, na condição de quando almeja alguma coisa para si mesmo ou para seus semelhantes, e quando atua como intermediário nas ações de cura espiritual dos doentes que o procuram, uma das razões que o doce amigo proferiu “a fé move montanhas”...

A cura quântica
O Dr. Deepak Chopra, no livro A Cura Quântica, descreve a cura de doenças como o cancro utilizando a energia mental. Suas observações foram feitas na cidade de Boston, nos Estados Unidos, sob rigoroso controle de diagnóstico e de evolução dos doentes tratados.
A cura quântica evidencia a ligação entre a Ciência e a Moral – a ciência do bem. Desta maneira, já não existe razão para que a Ciência e a fé se mantenham separadas (quando falamos de fé referimo-nos a uma fé racional, liberta de crendices, superstições e dogmas). Para tanto, vale a pena lembrar as palavras de Thomas Edison, espírito, contidas no livro Reflexões no meu Além de Fora, ditado pelo espírito Delfos: “Fé sem ciência é fanatismo; ciência sem fé pode ser loucura”.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX – A Fé Transporta Montanhas – podemos analisar e demonstrar sob um prima puramente científico o que Jesus queria nos transmitir há mais de 2000 anos:
“Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: ‘Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vós sofrereis? Trazei-me aqui esse menino’. E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: ‘Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio?’ Respondeu-lhes Jesus: ‘Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível” – S. Mateus, cap. XVII, vv. 14 a 20.
Item 5. “O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.”.

Autora: Lígia Almeida
Trecho da matéria de capa da Revista Cristã de Espiritismo, ed. 63.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

UMA HORA A MAIS



O que você faria com uma hora a mais por dia? Já pensou nisso?
É comum reclamarmos que o dia é curto, que as horas voam. Final de semana e feriado, então, nem se fala: mal começam e já estão terminando.
E, durante a semana, há tanto que fazer: escola, trabalho, lar, estudo, tarefas, tarefas...
É bem possível que tenhamos sonhado com uma hora a mais no dia.
Mas, o que faríamos com essa hora extra, se ela nos fosse dada?
Determinada revista realizou a pesquisa e descobriu coisas muito interessantes.
Houve quem aumentaria o horário de trabalho. Outros disseram que aproveitariam para frequentar a academia, se exercitar.
Alguns optaram por utilizar a hora dormindo.
Na Espanha, metade dos que responderam à pesquisa consideraram que queriam uma hora a mais para estar com os seus entes queridos.
Os brasileiros foram os segundos a dizerem que optariam de igual forma.
Em dias que tudo parece tão superficial, que pais e filhos entram e saem do lar em horários diferentes, quase não se encontrando, em que visitas a familiares parecem estar no final da lista de deveres, é maravilhoso descobrir como há tantas pessoas que ainda cultivam o amor.
Estar com a esposa, com o esposo, para conversar, para realizar um passeio mais longo, para assistir ao pôr do sol abraçados.
Estar com as crianças, conferindo as suas lições da escola, verificando o quanto já dominam as letras, o traço no papel, as cores, as formas.
Ir ao cinema com a família, comprar pacotes de pipoca, e sentir o prazer de rir, chorar, emocionar-se. E, depois, no carro e em casa, por dias, comentar a cena mais divertida, a mais hilariante.
Comentar sobre a trilha sonora, o desempenho dos atores, a fotografia, os efeitos especiais.
Comprar o livro em que se baseou o filme e ler juntos, deliciando-se com a fantasia, encharcando-se de cultura.
Uma hora a mais para brincar com os meninos, chutar bola, correr.
Uma hora a mais para adormecer ao lado do filho, antes mesmo dele, porque o cansaço nos alcançou a galope.
Uma hora a mais... Não a vamos ter. O dia continuará tendo 24 horas.
O que necessitamos é nós mesmos administrarmos de tal forma o nosso tempo que tudo possamos fazer: trabalhar, estudar, estar com os amigos, privilegiar a família com nossa presença constante.
Pensemos nisso e, antes que a morte nos arrebate a vida física, aproveitemos os minutos, estando com nossos amores.
Vendo os filhos crescerem, como o jardineiro atencioso observa as plantas brotarem e se desenvolverem.
E, assim, estarmos atentos para o amor que nos requerem os filhos, os nossos pais idosos, os amigos que nos amam.
Ah, uma hora a mais por dia... Conquistemo-la com nossa boa administração do tempo.

Redação do Momento Espírita a partir da pesquisa realizada por Seleções
Reader’s Digest, publicada em seleções.com.br/umapergunta.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

NÃO ESTRAGUE O SEU DIA


"A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo consegue realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o Sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem."


(ANDRÉ LUIZ - Agenda Cristã, cap. 38) - Psicografia Francisco Cândido Xavier

sábado, 26 de setembro de 2009

O SENTIDO DA VIDA


Você já reparou como é difícil, algumas vezes, ter respostas para algumas dúvidas do dia a dia? Ter respostas para essas perguntas que nos surgem quando estamos na fila do supermercado, ou escovando os dentes ou parados no sinaleiro, dentro da condução?

Você já não teve dessas perguntas que, um dia, sem pedir licença, entram em nossa mente e ficam rodando, rodando, até que desistimos delas, ou as guardamos no fundo, bem no fundo do baú de nossa mente?

Quem de nós já não se perguntou por que nascemos em situações tão diferentes? E quanto às nossas capacidades, será que Deus nos criou assim tão diferentes uns dos outros?

E por que Ele permite haver uns na Terra com tanto e outros com tão pouco? Ou ainda, por que pessoas boas sofrem, passam por provas, por dificuldades, dores?

Se Deus é soberanamente bom e justo, se Deus é, na profunda síntese do Evangelista, amor, qual a razão disso tudo? Qual o sentido de todas essas coisas, aparentemente tão incoerentes?

Na verdade, quando essas perguntas nos surgem, é nossa intimidade buscando respostas para o sentido da vida. São perguntas que a Filosofia vem se fazendo desde há muito, e que refletem o anseio que cada um de nós traz na intimidade: Afinal, qual o sentido da vida? Por que estamos aqui?

Deus, ao nos matricular na escola da vida, deseja de nós que o aprendizado aconteça. Como todo pai ao matricular seu filho na escola, Ele espera que aprendamos a lição.

Nos bancos escolares, nos matriculamos para aprender a escrever, a manipular os números, a entender um pouco as leis da Física, da Química e de tantas outras ciências. E na escola da vida, o que temos que aprender?

Jesus, no Seu profundo entendimento das Leis de Deus, foi firme ao nos ensinar que o maior mandamento da Lei do Pai é o do amor.

Assim, podemos entender que, quando matriculados na escola da vida, na escola que Deus nos oferece, Ele espera de nós essa única lição: aprender a amar.

Dessa forma, todas as oportunidades que a vida nos oferece, são oportunidades para aprendermos a amar. Seja na situação financeira difícil, ou no físico comprometido, estão aí, para nós, as melhores lições para amar.

A doença que nos surge, de maneira inesperada, é o convite à resignação e fé. O chefe difícil, intempestuoso, nos convida à compreensão.

O filho exigente é a oportunidade da paciência e do desvelo. O marido tirano, a esposa intransigente são os portadores do convite à humildade e compreensão.

A cada esquina, o que a vida nos oferece, seja da forma como ela nos oferece, sempre traz consigo oportunidade bendita do aprender a amar. Você já reparou nisso?

E o aprender a amar se faz no exercício diário desse sentimento, desdobrado nos inúmeros matizes que ele guarda em si, nas mais variadas virtudes que ele permite ser vivido.

Seja onde a vida nos colocar: no corpo doente, no lar carente, na família difícil, ali estará nossa melhor lição para amar.

Tenha sempre em mente que o maior sentido da vida é conseguir perceber e entender que ela guarda, em cada oportunidade, em cada desafio que nos oferece, bendita lição para aprender a conjugar o verbo amar.


(Momento Espírita)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PRÁTICA DO ENSINO FILOSÓFICO



Filosofar é adentrar no portal da iniciação à sabedoria que nos ensina que todo saber passa antes de tudo pelo caminho da humildade e não pela via real de um saber seguro de si. Von Zuben


No dizer de VON ZUBEN, citado por Junot Cornélio Matos(1), "o ensino de filosofia distingue-se de qualquer outro tipo de ensino, pois é um ensino filosófico. Exige da parte do professor a consciência da atitude filosófica. Em vez de conteúdos expressos em doutrinas, teorias e sistemas consignados nas Histórias da Filosofia, o "objeto" da ensinabilidade e da apropriação é uma atitude".
Talvez, mais importante do que o conteúdo em si seja a postura que orientará a prática pedagógica do professor de Filosofia no dia-a-dia da sala de aula... ...trata-se de uma ruptura com as concepções cristalizadas do senso comum, mostrando que a Filosofia começa com a problematização daquilo que parece óbvio no mundo cotidiano. Mais do que ensinar um conteúdo, é preciso instaurar uma postura filosófica que comece por duvidar que a realidade seja um dado. Em suma, o que se propõe é um trabalho docente calcado numa concepção que enfatiza a Filosofia como reflexão, descartando-se a erudição filosófica como um fim em si mesmo.(2)
Para Platão e Aristóteles, a filosofia formula perguntas sobre o banal, causando o estranhamento e a admiração com respeito a tudo que, até então, não parecia digno de qualquer questionamento. Destacar as realidades do pano de fundo onde se confundem com o comum e o banal, observando o que há de único e especial através da investigação, é uma maravilhosa possibilidade que só cabe dentro de uma atitude filosófica.
Doutrina Espírita é toda lógica e bom senso, que precisam sem entendidos pelo professor como a sua maior riqueza. Afinal, segundo Kardec:
A fé necessita de uma base e, essa base, é a compreensão perfeita daquilo em que se deve acreditar. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap 19,7)
Somente é inabalável a fé que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade. É a esse resultado que o Espiritismo conduz, triunfando assim sobre a incredulidade, todas as vezes que não encontra oposição sistemática e interesseira. (Idem.)
A oposição sistemática e interesseira, nascida do preconceito, só deixa de existir quando se abrem os olhos da razão, com o aval do sentimento e da intuição.

Notas
1.Junot Cornélio Matos, em "O Papel da Filosofia na Educação".
2.Idem.
Autora: Rita Foelker

sábado, 19 de setembro de 2009

A FILOSOFIA ESPÍRITA DA EDUCAÇÃO

Filosofia é "a ciência geral dos princípios e causas, ou sistema de noções gerais sobre o conjunto das coisas; esforço para generalizar, aprofundar, refletir e explicar, sistema de valores, força moral e elevação de espírito com que o homem se coloca acima dos preconceitos; sabedoria". (1)
O Espiritismo é uma doutrina filosófica porque possui princípios e causas e se constitui num sistema devidamente organizado explicando o homem e a vida.
Para compreendermos a filosofia espírita necessitamos ter a visão de que o Espiritismo não está restrito apenas ao "O Livro dos Espíritos", sua obra fundamental, mas espraia-se pelo conteúdo das obras kardequianas, inclusive as chamadas subsidiárias, pois no dizer de Kardec "ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós". (2)
Esse mundo que se abre diante de nós estrutura automaticamente uma filosofia espírita da educação. O aspecto educacional do Espiritismo através de sua filosofia descortina um mundo novo para renovação moral do homem a partir da constatação da imortalidade e da reencarnação. E a palavra abalizada de Kardec sentencia: "É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade". (3)
Para Herculano Pires, a "filosofia da educação (...) abrange todo o contexto de ações e reações subjetivas que vai do ser como ser ao social como social e como cultura. A filosofia da educação extravasa de sua própria polaridade no momento em que transcende o social para penetrar no cultural, no pleno domínio do espírito". (4)
E qual a filosofia da educação que penetra no "pleno domínio do espírito"? É a filosofia espírita.
Não que outras doutrinas espiritualistas tenham desconsiderado o Espírito, mas nenhuma possui a sistematização do conhecimento do ser enquanto ser imortal criado por Deus, como possui o Espiritismo, e sistematização em bases lógicas, racionais, comprovadas por pesquisas sérias acerca da reencarnação e pelas investigações pós-morte proporcionadas pela mediunidade.
Ney Lobo assim se refere à visão espírita do ser e das coisas:
"A Doutrina Espírita (...) se ocupa de toda a realidade em todas as suas dimensões. Da intimidade do átomo penetra em ascensão, todos os reinos naturais, inclusive o dos Espíritos, culminando em Deus. É até mais abrangente do que qualquer outra filosofia, pois inclui em suas reflexões o plano dos Espíritos, objetivamente, como reais, e não como entes abstratos, de razão ou míticos. Admite a filosofia espírita, as íntimas relações dos Espíritos conosco, os encarnados, e suas manifestações no plano físico, com reflexões especulativas sobre isso tudo, sem prejuízo das experiências científicas correspondentes". (5)
Da filosofia emana a filosofia da educação, que por sua vez desenvolve uma pedagogia, e com o Espiritismo não é diferente. De sua filosofia temos com naturalidade a filosofia espírita da educação, que é um sistema ético-moral tendo por base a moral ensinada e vivida por Jesus.
Através da filosofia espírita da educação temos algumas coordenadas que nortearão todo o processo pedagógico da evolução do Espírito:
o educando é um Espírito reencarnado;
todo Espírito é criado por Deus e possui potencialidades naturais;
o educando possui idéias inatas e tendências trazidas de seu passado (vidas anteriores);
a formação de hábitos morais deve preponderar sobre a instrução intelectual;
o educando deve construir sua perfectibilidade;
a vida é educação;
a reencarnação é instrumento pedagógico divino; e
o amor, sentimento maior, comanda a educação do Espírito.
Essas são algumas das coordenadas pedagógicas trazidas à luz pela filosofia espírita da educação, e que estão devidamente traçadas em "O Livro dos Espíritos" e nas demais obras da Codificação.
Como já citamos, no dizer de Herculano Pires a filosofia da educação abrange o domínio social e cultural do homem - espírito reencarnado - e, também, penetra no pleno domínio do Espírito, no entendimento que o mundo corpóreo e o mundo espiritual interagem, sendo a humanidade o conjunto dos dois mundos, que se interpenetram.
Essa cosmovisão do ser e da vida, de forma sistêmica, é apanágio da filosofia espírita, o que nos leva a considerar, necessariamente, que temos em mãos uma nova educação: a educação total do Espírito!
Estudar a filosofia espírita e suas conseqüências educacionais para chegar à prática pedagógica espírita no lar e na escola é tarefa que não se pode adiar, pois significa legar ao mundo a chave para sua transformação.
Todas as correntes de pensamento e pesquisas as mais diversas sobre o homem esbarram quase sempre na leitura do mesmo como ser biológico, cognitivo, com o seu psiquismo atrelado aos complexos mentais de ordem física. A transcendentalidade do ser é apenas fuga religiosa ou interpessoal, busca de equilíbrio interior para uma existência sem continuidade após a morte, quando o Espírito completa, alarga e mesmo modifica tais pensamentos e pesquisas, sempre válidos mas carentes da realidade do homem como Espírito imortal criado por Deus.
Vemos então a educação debater-se sobre as questões de ordem ética e moral sem conseguir soluções satisfatórias, e perguntamos: não está na hora de levar a filosofia espírita da educação para os educadores e para escola? A prática educacional condiciona-se aos fins da educação, e que fins podem ser esses dentro da visão materialista do ser?
Somente a filosofia espírita pode alavancar o fazer educacional para fins superiores.

de Marcus Alberto De Mário


Referências bibliográficas:
1.Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Ilustrado, Editora Civilização Brasileira, 1973;
2.O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, introdução, item 13.
3.Obras Póstumas, Allan Kardec, página 384.
4.Pedagogia Espírita, Herculano Pires, Editora EDICEL.
5.Filosofia Espírita da Educação, vol. 1, Ney Lobo, Editora FEB.


(Jornal Mundo Espírita de Agosto de 1997)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ISSO EU APRENDI

Um periódico de circulação nacional promoveu uma pesquisa bastante interessante.
Fizeram a seguinte pergunta para pessoas em todo Brasil: O que você aprendeu na sua vida, de mais valioso, até hoje?
As respostas foram, na maioria, bastante ricas, e convidam a muitas reflexões necessárias.
Uma delas dizia:
Aprendi que, não importa quanto eu queira, nem quanto tente: eu não consigo mudar ninguém. As pessoas são o que elas são.
É preciso amá-las por sua verdade, não pelo que eu gostaria que fossem. Entendi isso aos 70 anos, na missa de minhas bodas de ouro.
A pessoa entrevistada, na época da pesquisa, já contava com 83 anos, e mostrava que nunca é tarde para se aprender algo importante na existência.
Nosso compromisso de mudança é conosco mesmo. Tentar mudar o outro só nos traz frustração profunda, e possível malquerença mútua.
Outra pessoa inquirida, dizia:
Aprendi que o sorriso é contagiante. Não espero ninguém me cumprimentar; faço questão de saudar todo mundo com um sorriso, todos os dias.
É incrível, mas até as pessoas tímidas ou sisudas sorriem de volta e falam bom dia.
Posturas como essas são posturas que irão salvar o mundo da tristeza, do sofrimento, dos comportamentos depressivos, das doenças.
Tomar a iniciativa é fundamental. Não esperar o sorriso do outro e sempre sorrir, nos faz agentes da alegria na sociedade.
Outro entrevistado, ainda, afirmava:
Aprendi que as coisas são sempre piores na nossa cabeça do que na realidade. Sofria demais por antecedência, imaginando “e se” isso, “e se” aquilo.
Quando acontecia, não era nada demais. O pior já havia passado, e foi dentro de mim.
Quantas vítimas tem feito a nossa ansiedade... Quantas enfermidades geradas pelo comportamento ansioso do mundo moderno.
Entender que a preocupação excessiva não resolve, faz-se fundamental para poder se levar uma vida mais leve, mais agradável.
É indispensável confiar em Deus, em Suas Leis, na perfeição do Universo.
Fazer a nossa parte, sim, e confiar. Confiar sempre, pois o que é melhor para nós sempre acontece.
* * *
De tempos em tempos, precisamos nos perguntar: O que de importante aprendi?
O aprendizado precisa ser identificado, catalogado, amadurecido na alma.
A existência de quem vive colecionando aprendizados é sempre mais feliz. Ela tem propósitos, metas, avaliações e resoluções constantemente.
A postura de quem realiza tais conquistas, e as identifica, não deve ser a postura exibicionista, vaidosa, não.
Essa contabilização é íntima. A comemoração é do coração.
Os que estão à volta poderão identificá-la, claro, mas através de nossas ações no bem, de nossa renovação de valores, que faz brilhar a nossa luz com força e segurança para todos os lados.
(Momento Espírita)

O PENSAMENTO DE KARDEC

O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista(1), pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote (...). É-se espírita pelo só fato de simpatizar com os princípios da doutrina e por conformar com esses princípios o proceder. Trata-se de uma opinião como qualquer outra, que todos têm o direito de professar, como têm o de ser judeus, católicos, protestantes, simonistas, voltairiano, cartesiano, deísta e, até, materialista. O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; reclama-a para seus adeptos, do mesmo modo que para toda a gente. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão da reciprocidade. Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate a fé cega, porque ela impõe ao homem que abdique da sua própria razão; considera sem raiz toda fé imposta, donde o inscrever, entre suas máximas: Não é inabalável, senão a fé que pode encarar de frente a razão em todas as épocas da Humanidade. Coerente com seus princípios, o Espiritismo não se impõe a quem quer que seja; quer ser aceito livremente e por efeito de convicção. Expõe suas doutrinas e acolhe os que voluntariamente o procuram.
Extraído de "Obras Póstumas"

Notas
1. "Filosofia Espiritualista", a propósito, é o sobretítulo que Kardec deu a O Livro dos Espíritos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O DESEJO DE UMA CRIANÇA

Quando Gustavo nasceu, seu avô paterno presenteou sua mãe com um pequeno pássaro em uma gaiola. Acostumado a ter pássaros confinados em casa, ele não viu mal algum no presente.

Pelo contrário, ele disse à mãe do pequeno bebê que mantivesse o pássaro sempre em um lugar no qual fosse possível escutar seu canto, pois isso acalmaria a criança quando ela estivesse agitada.

O avô estava certo. A mãe costumava deixar a gaiola no corredor próximo ao quarto do bebê, algumas horas por dia, e percebia que, desde cedo, a criança fixava os olhos naquela direção sempre que o pássaro cantava.

Com o tempo, passou a sorrir ao escutar o canto da ave, e gostava de olhar para ela quando a mãe o segurava próximo. O avô e a mãe sentiam-se orgulhosos.

Gustavo cresceu acostumado ao canto do pássaro. Gostava de conversar com o passarinho. Conversas de criança.

Quando a ave morreu foi rapidamente substituída por outra, para que sua falta não fosse sentida.

Quando Gustavo contava quase quatro anos, tentou abrir a gaiola colocada em cima da mesa. Repreendido pela mãe, respondeu, em sua inocência, que o passarinho queria sair.

Pouco tempo depois, fez nova tentativa, e chegou a abrir a portinhola, sendo repreendido agora pelo pai. Entristeceu-se.

Em seu aniversário de seis anos, no momento em que apagava a vela do bolo, o desejo do garoto, dito em voz alta foi: Eu quero ver o passarinho voando.

Os convidados da família riram. Parecia apenas um capricho.

Mas a criança não desistiu. Resolveu perguntar ao pai por que o pássaro ficava preso em uma caixinha tão pequena. Estava decidido: queria soltá-lo.

O pai achou graça da insistência, e tentou lhe explicar que o pequeno animal não conseguiria comer sozinho. Ele sofreria, pois se voasse para longe não acharia o caminho de volta.

E Gustavo retrucou: Papai, e se ele encontrar a mamãe dele e ela der comida? Ele quer voar.

O pai então se comoveu, entendendo que o filho não compreendia o confinamento do pássaro, e que desejava mesmo libertá-lo.

Como explicar melhor para o garoto? Na verdade, ele era pessoalmente contra esse comércio de aves e as preferia soltas, mas nunca questionou a esposa.

Conversaram, pai e mãe, e resolveram comprar uma gaiola maior. Com mais espaço, o pássaro alçava pequenos voos que divertiam a criança.

Mas Gustavo nunca deixou de dizer que a ave queria ir embora.

Quando, mais tarde, o pequeno animal morreu, compraram um bebedouro para aves e passaram a deixar, na varanda, pedaços de frutas. Havia, diariamente, muitos pássaros da redondeza que comiam, bebiam e cantavam alegres. E livres.

O pequeno Gustavo ensinou aos pais uma lição importante: não temos o direito de tirar a liberdade de nenhum ser vivo, com a desculpa de nos dar prazer.

Todas as criaturas na Terra têm seu lugar e não cabe a nós mudá-lo apenas por capricho, sem necessidade. O desejo de posse por prazer revela a inferioridade do Espírito.

Respeitemos, pois, o lugar de cada um neste maravilhoso equilíbrio que é a natureza, para que também nós sejamos respeitados.

(Momento Espírita)

sábado, 12 de setembro de 2009

O ROMANTISMO NÃO MORREU

Nos tempos que correm, uma onda de pessimismo parece ter tomado conta das pessoas.

Ouvimos idosos, olhando para o passado, e lamentosos, dizerem: Ah, no meu tempo era tão diferente.

Abanam as cabeças, de forma negativa, olhando para os jovens que falam em ficar, em pegar e que parece terem esquecido todas as regras do recato e do bom tom.

Saudosos, esses que amadureceram na vida, lembram do tempo do seu namoro, onde pegar na mão do namorado já queria dizer um compromisso sério.

Beijo antes do casamento, somente na mão, na testa ou na face. Onde, enfim, tudo era reservado para a noite de núpcias. Especial, única, inapagável.

Onde se aguardava o dia do casamento como o do dia D: inigualável.

Ouvindo tudo isso, se nos deixarmos envolver, acabaremos, igualmente por nos contaminar. E tudo passaremos a ver dessa forma.

Como se o romantismo tivesse morrido, o amor tivesse sido substituído por expressões ligeiras de um afeto fantasioso, que hoje é e amanhã é jogado fora.

Contudo, não são todos os jovens que deixaram de sonhar com as coisas belas. E o amor continua na moda. O romantismo subsiste nas almas que amam o belo, o bom.

Verificamos isso, em muitas atitudes detectadas na juventude. Quantas meninas sonham com o baile de debutantes, o serem enlaçadas por um jovem belo e adentrarem o salão, ao som de uma emocionante valsa?

Observamos, em concertos que têm proliferado pelo mundo, acontecendo em grandes estádios, para milhares de pessoas. Ali estão as mais variadas idades presentes: crianças, jovens, adultos, idosos.

E cada qual se emociona à sua maneira com a orquestra, a música, a dança, as cores e as luzes.

Uns choram lembrando os amores já vividos, as experiências passadas.

Outros se emocionam, sonhando com o futuro que almejam para si, ao som dos acordes que se sucedem e do espetáculo que é mostrado no palco.

Quando veem jovens lindas, em vestidos maravilhosos, com seus pares em elegantes fraques se movimentarem aos sons melodiosos de uma valsa, as lágrimas lhes vêm aos olhos.

Elas suspiram... E sonham. Sonham em ter um amor, que seja eterno. Em ter um par para toda a vida. Um par que as beije com delicadeza, que tenha gestos de polidez.

Par que saiba elevá-las no ar, com braços fortes, quando as dores lhes estiverem vergastando os dias, exatamente como os dançarinos fazem com suas acompanhantes, no palco.

Sim, o amor não morreu. As jovens continuam a sonhar com cavalheiros e eles, com verdadeiras damas.

Não nos deixemos contaminar, pois, pela onda de pessimismo que se apresenta em muitos seres.

Saibamos descobrir esses corações mal saídos da infância, sonhando com um futuro de alegria, de amor e de beleza. Para si, para seu par, para sua família, para o mundo.

Ao lado dessas criaturas que parecem para nada ligar, senão para o momento presente, milhares de almas almejam um futuro melhor para esse planeta, começando por idealizar e lutar por sua própria e verdadeira felicidade.

Pensemos nisso e invistamos nesses jovens, que podem ser nossos filhos, nossos netos, nossos sobrinhos, nossos irmãos, nossos amores, bem próximos de nós.

Descubramo-los e os auxiliemos em sua construção do mundo de amor, desde agora. Por eles, por nós, pelos que virão empós.

(Momento Espírita)

AS AFLIÇÕES DO MUNDO

Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus diz a Seus discípulos que no mundo eles terão aflições.
Os registros bíblicos confirmam a previsão.
Todos os companheiros diretos de Jesus enfrentaram grandes padecimentos.
Apenas João Evangelista não foi martirizado.
Evidentemente, houve sensível progresso desde aquela época.
Os costumes se refinaram e hoje, na ampla maioria dos países, não se cogita mais de matar alguém por sua fé.
Contudo, o alerta do Cristo permanece atual.
A mensagem cristã é a da vida reta e fraterna.
O cristão deve ser honrado e solidário.
Não basta viver retamente, sendo necessário amparar os irmãos de jornada.
Também não adianta apenas ser generoso com o semelhante.
É preciso dar a César o que é de César, no sentido de cumprir rigorosamente os próprios deveres.
Ocorre que quem se aprimora, em geral, passa a esperar conduta idêntica dos que o rodeiam.
A criatura rigorosamente honesta anseia por viver em um meio honesto.
Ao desenvolver uma sensibilidade mais apurada, anela por beleza e suavidade.
Entretanto, o mundo segue em seu próprio ritmo.
Um homem pode apenas ditar a cadência de sua evolução.
Quanto aos demais, resta-lhe somente influenciar, mais por exemplos do que por palavras.
Afinal, o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos Seus filhos.
Cada um é livre para decidir os seus caminhos e se vai apressar ou retardar o passo rumo à paz.
Bem se vê como é delicada a posição do genuíno cristão no mundo.
Ele elege um ideal sublime, esforça-se por vivê-lo e deseja que se expanda, no benefício geral.
Contudo, o mundo não corresponde a contento a esse anseio.
O cristão necessita ser o sal da Terra e a luz do Mundo.
Justamente por isso, não pode se afastar dos irmãos de jornada.
Daí vive honradamente em um mundo corrupto.
Por consequência, experimenta contínuas aflições.
Aflige-se pelos filhos que não aproveitam a educação recebida e optam por trilhar estranhos caminhos.
Angustia-se pelo esposo ou esposa que não lhe partilha o ideal.
Agasta-se por deslealdades que testemunha na vida profissional.
Entristece-se pela falta de honestidade de políticos e dirigentes públicos.
Entretanto, se a aflição é esperada, o desânimo não se justifica.
O progresso ocorre com vagar, mas é uma lei da vida.
As perfeitas Leis Divinas tratam de colocar tudo em seu lugar, no lento ciclo dos séculos.
O relevante é a paz de consciência de quem age retamente.
E a inefável certeza de que transita para fases superiores da existência imortal, na condição de agente do progresso.
Pense nisso.
(Momento Espírita)